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George Vithoulkas reflete sobre a viabilidade da Homeopatia no mundo contemporâneo

12/02/2024

O renomado médico homeopata greco George Vithoulkas divulgou já há algum tempo um documento – que pode ser baixado na íntegra neste link no qual reflete sua insatisfação sobre a falta de reconhecimento da Homeopatia por parte da medicina convencional, em especial no tratamento de doenças crônicas, apesar dos resultados favoráveis e inúmeros trabalhos que os corroboram:

Ainda que o potencial da terapêutica homeopática seja aparente para milhões de pacientes e milhares de médicos homeopatas, e apesar dos inúmeros casos de doenças crônicas [tratados com sucesso] publicados em periódicos médicos, temos um longo caminho até vermos reconhecida a especialidade homeopática. Não está claro se a Homeopatia tomará seu lugar de direito dentro da medicina – é um estranho paradoxo que, apesar das evidências à seu favor, a Homeopatia ainda permaneça como uma questão inacessível para a maioria das autoridades médicas.

Para tentar responder à essa questão, Vithoulkas especula que a abordagem “pacífica” ou suave da Homeopatia clássica – a qual tenta “resetar” o desequilíbrio físico, emocional e mental de um paciente através de um medicamento individualizado específico – pode não ser suficiente em um mundo agressivo e violento como o nosso:

A questão é por quanto tempo o equilíbrio de um paciente sensível pode ser mantido em um mundo tão intensamente influenciado por violência e agressão. Quanto um sistema imune permanece equilibrado em meio e uma atmosfera poluída, alimentos quimicamente alterados e em um ambiente competitivo e agressivo tão prevalente em nossa sociedade? Nossa experiência diz que não muito, e um organismo restaurado ao equilíbrio será ainda mais vulnerável ao stress que um outro já comprometido.

Sua conclusão é que em um mundo cada vez mais violento os indivíduos mais sensíveis estarão progressivamente mais expostos ao desequilíbrio crônico e a Homeopatia será cada vez menos eficaz, sendo útil apenas a grupos menores e mais diferenciados de pacientes:

A violência em todas as suas formas – entre estados, nações, grupos terroristas, por qualquer poder ante grupos mais vulneráveis – é prevalente no mundo atual. É interessante então que a medicina convencional, com sua abordagem em geral invasiva, adeque-se tão bem à mentalidade atual e portanto domine o campo contemporâneo da Saúde.  É lógico concluir que a Homeopatia não é a abordagem terapêutica adequada à sociedade “desenvolvida” moderna e que nunca será amplamente praticada no mundo contemporâneo, nunca sendo adotada nas escolas médicas – à parte poucas instituições avant-garde que possuam lideranças visionárias.

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A preocupação do renomado professor é importante e relevante mas acredito que ele parta de determinadas premissas não necessariamente válidas, o que limita sua visão e acaba por confiná-lo em uma conclusão que não ajuda a progredir a reflexão sobre o futuro da especialidade – terminando por condenar prematuramente a Homeopatia ao mesmo espaço confinado que quase sempre ocupa, por diferentes razões.

O paradoxo ao qual o professor se refere – o de que, apesar de apresentar resultados, a Homeopatia segue sem reconhecimento amplo – pode ser desmontado à partir mesmo de seu texto. Ao avaliar-se os 15 trabalhos apresentados por ele no artigo para corroborar os tais resultados positivos da terapêutica homeopática, apenas 2 são estudos controlados – dos quais somente um é randomizado duplo-cego (Chapman EH, Weintraub RJ, Milburn MA, Pirozzi TO, Woo E. Homeopathic treatment of mild traumatic brain injury: a randomized, double-blind, placebo-controlled clinical trial. J Head Trauma Rehabil 1999;14:521–542).

Portanto, o paradoxo existe para o homeopata, mas não para a comunidade científica – pois historicamente sempre houve falta de evidência científica da eficácia da Homeopatia por falta de trabalhos científicos de qualidade. Felizmente isso foi amplamente corrigido nas últimas décadas devido ao esforço coletivo dos pesquisadores em Homeopatia, como pode ser comprovado por diversos exemplos publicados aqui mesmo no blogmas os homeopatas devemos nos esforçar para divulgar os trabalhos capazes de desfazer o suposto paradoxo, ao invés de reforçá-lo.

Sobre a questão da violência do mundo versus a suposta suavidade da Homeopatia – isso depende mais de qual recorte histórico fazemos, do que de uma fragilidade inerente à terapêutica. A Homeopatia surgiu numa época particularmente violenta e transformadora da História – epidemias como a da varíola matavam cerca de 1/4 da população infantil de uma cidade, no relato do próprio Samuel Hahnemann; guerras napoleônicas redesenhavam as fronteiras dos países europeus enquanto a Revolução Industrial transformava as condições de fábricas e bairros inteiros em focos de insalubridade, baixando em muito a expectativa de vida. Sob muitos aspectos era um mundo muito mais violento e hostil então, e a Homeopatia foi não só capaz de surgir nele como se afirmar como mais eficaz que a medicina que vigia na época – não por outro motivo tendo sido a terapêutica dominante no mundo ocidental até a virada para o século XX.

Ocorre que a medicina convencional só fez evoluir sua visão etiopatogênica e seus métodos diagnósticos desde então, seu arsenal cirúrgico e farmacológico só fez melhorar geometricamente ao longo do tempo – enquanto a Homeopatia, mais ou menos encerrada em sua premissas originais, só se fez evoluir no máximo aritmeticamente. A medicina convencional não é uma prática meramente violenta, mas é um conjunto de premissas potentes que evoluiu em sua eficácia de uma forma ímpar, alicerçada em um núcleo epistêmico capaz de responder às verdadeiramente violentas questões médicas que a desafiavam e desafiam e que outras terapêuticas não estão tão bem equipadas para responder à altura.

Nem por isso deve-se confundir a suposta suavidade da Homeopatia com sua falta de eficácia ou força. Existem inúmeras lacunas e situações que a medicina convencional nunca foi capaz de responder satisfatoriamente – desde situações epidêmicas, em que a Homeopatia pode se mostrar rapidamente eficaz mesmo na ausência de vacinas, até as condições crônicas e intoxicantes do mundo moderno como bem aludiu o professor, em que a Homeopatia e outras práticas complementares sempre se mostraram superiores, ao contrário do que ele conclui.

O que precisamos, como comunidade homeopática, é de sempre aportarmos mais trabalhos de qualidade e amplitude nos diversos campos do conhecimento científico em que ela pode ser aplicada – tais como física, química, biologia, agronomia, veterinária, odontologia, farmacologia e obviamente medicina, sejam pesquisas fundamentais, clínicas ou metanalíticas – que o resultado aparecerá como vem aparecendo, e será por si só positivamente “violento” e avassalador o suficiente para que a Homeopatia seja devidamente reconhecida.

Afinal, a Homeopatia será sempre tão forte quanto, em dado momento histórico, a capacidade de demonstrarmos cientificamente a especificidade e a potência de seu fenômeno.

AMHB emite nota de repúdio aos recentes ataques à cientificidade da Homeopatia

22/07/2023

Apesar dos inúmeros avanços na pesquisa fundamental, clínica e laboratorial das últimas décadas que passaram a dar suporte inequívoco ao programa de pesquisa homeopático e à sua plena e justificada racionalidade médica, de tempos em tempos ressurgem pautas sensacionalistas e pseudo-céticas que buscam sua desqualificação, tais como a renitente posição do IQC em relação à Homeopatia ou o recente artigo no UOL, onde membro do CFM ecoa a crítica da presidente do referido instituto ameaçando revisão do estatuto da Homeopatia como especialidade médica, baseado em trabalhos desatualizados e mesmo manipulados.

Em face a esse cenário e respondendo à mobilização da comunidade homeopática, a Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB) recém emitiu Nota de Esclarecimento aonde reitera que:


A especialidade médica homeopática é reconhecida pelo Conselho Científico da AMB e é um dos pilares da Comissão Mista de Especialidades, assim como todas as demais sociedades de especialidades e áreas de atuação reconhecidos pelas resoluções do CFM.


Portanto, toda liturgia institucional exigida pela Comissão Mista de Especialidades garante e assegura que a Associação Médica Homeopática Brasileira é a única e indivisível representante da especialidade médica homeopática no país.

Segue abaixo a íntegra do documento, clique na imagem para download:

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Atualização 27/07/23:

O Conselho Federal de Medicina (CFM) reiterou o respeito à Homeopatia como especialidade médica no artigo CFM publica esclarecimento sobre a situação da homeopatia como especialidade médica“, com a seguinte nota:

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Ainda:

O psicanalista Luciano Elia (membro do Laço Analítico/Escola de Psicanálise, Professor titular da área de Psicanálise da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), doutor (1992) e pós-doutor (1995) em Psicanálise pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) faz uma excelente crítica ao texto da bióloga no artigo: “Pasternak: desconhecimento travestido de ciência“, onde se destaca:

É impressionante que alguém se outorgue o direito de proferir ataques a um campo de conhecimento, práxis e experiência diferente do seu, do qual nada sabe. De que lugar e com que legitimidade esta pessoa fala? O que a autoriza a isso, senão a mais desavergonhada leviandade para dizer o que bem entende, sem qualquer consideração de método, rigor e conhecimento de causa, sem qualquer pudor e respeito ao que é heterogêneo e irredutível ao seu quintal epistêmico (que tem na verdade muito mais empiria que episteme)? Respondemos: o que autoriza a isso é o rompimento da pseudociência atual com qualquer compromisso com a questão da verdade. Hoje, a chamada ciência tem as mãos livres para afirmar o que quiser, sem qualquer constrangimento ou submissão à prova do rigor, sem qualquer restrição que limite seu poder

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E mais:

O Instituto BIOFAO também postou umaResposta sobre artigo da bióloga Natalia Pasternak atacando a homeopatiaonde se destaca:

Logo, a Homeopatia, que nunca deveria ser interpelada pelo seu funcionamento, é uma racionalidade médica legítima, que emerge na tensão deste campo científico que se quer sempre numa dada hegemonia. Dizer que no medicamento homeopático “não sobrou nada ali” é desconhecer a física moderna, o campo biofísico da energia, as ciências da informação, e é reencarnar os princípios newtonianos anacrônicos da materialidade dos átomos, como bolas de bilhar, compartilhando de um espaço e tempo absolutos.

Suporte a Homeopatia no Brasil votando a favor de proposta no Senado

27/12/2022

Chegou ao nosso conhecimento através de postagem da AMHB (Associação Médica Homeopática Brasileira) que Homeopatas e Acupunturistas lançaram uma proposta legislativa para garantir atendimento público às especialidades, já que atualmente ele é bancado apenas por portaria que pode ser facilmente extinta. São necessários 20000 votos até 24/01/23 na pesquisa do Senado e estamos a menos de um mês para o encerramento da votação com pouco mais de 6000 votos apenas:

Temos nos dedicado para uma ampla mobilização em favor de iniciativa, em curso no Senado, pela instituição de uma lei que garanta atendimento de Homeopatia e Acupuntura no SUS.
Estamos (..) bem longe dos 20.000 necessários. O prazo é curto – de 3 meses – e está em curso.
Hoje a Homeopatia no SUS, é estimulada por portaria ministerial insuficiente, que sem poder de lei, podendo até ser extinta por outra normativa.

Quem se interessar pelo tema e puder votar e propagar, será fundamental. Ao clicar neste link ou na imagem abaixo, em seguida: clicar embaixo em Votar, Entrar com Google, aceitar os termos, escolher o Estado e dar OK até finalizar:

Revista científica dedicada à água traz pesquisas relevantes e atualizadas sobre ultradiluições

05/06/2022

Chegou ao nosso conhecimento através de postagem da Profa Dra Leoni Bonamin de edição especial digital da revista de pesquisa científica Water: A Multidisciplinary Research Journal – dedicada à pesquisas multidisciplinares relacionadas à água, tanto do ponto de vista ambiental quanto laboratorial – editada pela própria pesquisadora e recheada de artigos dedicados à investigação das ultradiluições, dos quais destacamos abaixo os mais relevantes no tocante ao avanço do conhecimento sobre a ação das UHDs.

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High Dilutions: Effects of Highly Diluted Substances on Aquatic Animals: A Review

(Altas Diluições: Efeitos de Substâncias Altamente Diluídas em Animais Aquáticos: Revisão)
Nagai MYO, Von Ancken ACB, Bonamin LV

Resumo: Estudos recentes sobre o uso de substâncias altamente diluídas no tratamento de animais aquáticos têm sido levantados na literatura. Esses estudos estão focados principalmente em ferramentas experimentais para elucidar os mecanismos de ação de altas diluições em seres vivos, e que revelam o potencial de uso desses produtos como uma tecnologia limpa e barata para melhorar a saúde animal. Endler e colegas realizaram o modelo experimental mais reprodutível neste campo há mais de 20 anos – ou seja, os efeitos da tiroxina altamente diluída no desenvolvimento dos girinos, cujos trabalhos foram publicados entre 1994 e 2015. Mais recentemente, certas espécies de animais aquáticos – como o peixe-zebra e os microcrustáceos – têm sido usados ​​como modelos experimentais para avaliar a toxicidade e a bioresiliência. Com relação aos microcrustáceos, uma série de estudos utilizando Artemia salina tem mostrado resultados interessantes na indução de processos adaptativos a substâncias perigosas. Pelo menos parcialmente, esses efeitos parecem estar associados a mudanças nas propriedades elétricas da água, como visto pela sua interação com corantes solvatocrômicos.

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Water Structure: Water as a Micro-dispersed System. Water “Activation” Mechanism. Water Phases at Room Conditions

(Estrutura da Água: Água como Sistema Micro-Disperso, Mecanismo de “Ativação”, da Água, Fases da Água em Condições Ambientais)

Yakhno TA, Yakhno VG

Resumo: A revisão fornece evidências de que a água de qualquer grau de purificação é um sistema microdisperso. A fase dispersa (DP) da água líquida é representada por partículas hidrofílicas (principalmente microcristais de NaCl) cobertas com uma camada de hidratação líquida cristalina. O tamanho das partículas DP, visíveis através de um microscópio óptico, é de alguns mícrons. O DP é propenso à agregação e forma grandes associados (dezenas a centenas de mícrons de diâmetro) flutuando em água a granel contínua. A ativação da água por qualquer tipo de impacto físico é acompanhada pela desagregação dos associados e pelo aumento da área total da superfície interfásica. Isso altera naturalmente vários parâmetros físico-químicos do sistema (pH, Potencial Redox, viscosidade, condutividade elétrica). O efeito foi descrito muitas vezes na literatura, mas não tinha explicação científica no âmbito da teoria clássica da estruturação da água em nível molecular. Deste ponto de vista, também é considerado o método de agitação manual de diferentes superfícies hidrofílicas com água. Com base na semelhança do retrato das propriedades físico-químicas da água estruturada próxima à parede com a poliágua descrita por Lippincott et al em 1969, os autores acreditam que em condições ambientes existem apenas duas fases de água – contínua e poliágua.

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Water Structure: Structure Formation and Physicochemical Properties of Diluted Aqueous Solutions Prepared by the Supramolecular Technique (SMT) Method

(Estrutura da Água: Formação Estrutural e Propriedades Físico-Químicas de Substâncias Aquosas Diluídas Preparadas pelo Método da Técnica Supramolecular – SMT)

Konovalov AI, Ryzhkina IS, Murtazina LI, Kostina LA, and Gastaldi, L

Resumo: O propósito e os objetivos deste artigo são estudar a formação da estrutura e as propriedades físico-químicas de uma solução aquosa de material (SM) preparada pelo método da técnica supramolecular (SMT). O artigo apresenta o estudo de auto-organização e propriedades físico-químicas do SM inicial e solventes: água destilada (DW), água municipal (MW) usada para a preparação do SM, água municipal de Kazan (KMW) e amostras SM/DW, SM /MW, SM/KMW. Os dados obtidos evidenciam que, no intervalo de diluição 1:200 – 1:400, todas as amostras (SM/DW, SM/MW, SM/KMW) representavam sistemas dispersos auto-organizados. Eles têm a capacidade pronunciada para mudanças não lineares de propriedades físico-químicas (condutividade específica, pH e potencial redox), levando a sugestões de que, nesse intervalo de diluição, os sistemas podem influenciar objetos biológicos em no mínimo dois meses após a preparação do SM.

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Water Structure: Homeopathic Drugs Modify Water Structure in Ethanol Water Solution in Their Extreme Dilutions as Revealed by Electronic and Vibrational Spectroscopy

(Estrutura da Água: Medicamentos Homeopáticos Modificam a Estrutura da Água em Solução Aquosa de Etanol em suas Diluições Extremas, Conforme Revelado por Espectroscopia Eletrônica Vibracional)

Singh RK, Ghosh S, Sukul NC, Pande N, Sukul A, Nandi M, Pal A, Pal M

Resumo: Altas diluições (HD) de medicamentos usados ​​em homeopatia são muito diluídas para conter as moléculas originais do medicamento. Evidências clínicas e experimentais mostram, no entanto, que as HDs produzem efeitos biológicos específicos. Acredita-se que as estruturas de água em HDs sejam responsáveis ​​por esses efeitos. Em nossos estudos experimentais anteriores, definimos a estrutura da água em termos de moléculas de água livre (FWM) e a força de ligação de hidrogênio (HBS) da hidroxila da água no meio solvente aquoso de etanol de HDs. O objetivo deste estudo preliminar é confirmar ainda mais os componentes da estrutura da água por espectroscopia eletrônica (ES) e vibracional (VS). As HDs, preparadas por diluição seriada de uma droga seguida de sucussão, são chamadas de potências. Três medicamentos homeopáticos comuns, Bryonia alba, Rhus toxicodendron e Thuja occidentalis, e três potências de cada medicamento foram analisados ​​por ES e VS usando estatísticas apropriadas. Os resultados mostram que as potências testadas diferem umas das outras em relação a FWM e HBS da hidroxila da água. Concluímos que as drogas poderiam modificar a estrutura da água em uma solução aquosa de EtOH, e essa modificação continuaria a existir em HDs além do número de Avogadro. As moléculas originais da droga influenciam o HBS nos HDs.

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High Dilutions: Non-Monotonous Impedance Patterns of Diclofenac Centesimal Potentiated Solutions and Their Evolution

(Altas Diluições: Padrões de impedância não-monotônica de soluções potencializadas com diclofenaco centesimal e sua evolução)

Lobyshev VI

Resumo: Foi estudada a impedância de soluções potenciadas com diclofenaco centesimal fortemente diluídas na faixa de 20 Hz – 10 MHz. Cada diluição foi acompanhada por agitação vigorosa. Todo o conjunto de amostras consistiu em 33 etapas de iteração. Dois conjuntos paralelos foram preparados. Não houve incremento de permissividade nas amostras, o que indica ausência de mesopartículas com alto momento de dipolo. Ao mesmo tempo, a resistência das amostras apresentou caráter não monotônico, incluindo amostras de diluição ultra-alta, nas quais o conceito de concentração de diclofenaco não faz sentido. O padrão de ambos os conjuntos de amostras mostrou-se bem correlacionado. A evolução dos padrões de resistividade consistiu numa diminuição do valor médio com uma preservação significativa da forma do padrão até 30 dias. Isso significa que o resultado não depende da concentração do soluto, mas sim do procedimento de preparo da amostra. Uma explicação hipotética dos efeitos observados consiste no aparecimento de formas reativas de oxigênio e nitrogênio durante a perturbação mecânica da solução e os produtos de reações químicas complexas subsequentes.

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High Dilutions: Non-Destructive and Non-Invasive Methods in Research on the Effects of Water and Ultra-High Dilution Preparations on Plants: An Overview

(Altas Diluições: Métodos Não-Destrutivos e Não-Invasivos em Pesquisa sobre os Efeitos da Água e Preparações de Ultra-Alta Diluição em Plantas: Visão Geral)

Zanco JJ

Resumo: Este artigo revisa parte da história da pesquisa em ultra-alta diluição (UHD) ou homeopatia aplicada a plantas e água. A relação científica entre grupos europeus e brasileiros resultou em pesquisas sólidas, produzindo evidências que não haviam sido propostas anteriormente. Em meio a essa evolução, novas tecnologias surgiram, e algumas são discutidas aqui. Esta revisão enfatiza experimentos de diagnóstico usando imagens geradas por laser de baixa potência e plasma frio. Ambas as tecnologias são métodos discutidos para avaliar a germinação de sementes e identificar os efeitos benéficos de UHDs em plantas e água.

Câmara Técnica do CREMERJ emite nota em defesa da Homeopatia

05/05/2022

Há poucos dias repercutimos aqui no blog artigo publicado pelo Globo que ecoa uma velha pauta de parte do jornalismo científico nacional, o qual insiste em repetir clichês sobre a suposta ineficácia da Homeopatia – ao qual contrapusemos os diversos trabalhos científicos, clínicos e laboratoriais, que nas últimas décadas vem respondendo de forma consistente a tal crítica – sem que haja o devido reconhecimento por determinada parte da parte comunidade científica, refém de um ceticismo preconcebido e reiterado.

Não sem muita surpresa viemos a descobrir que a bióloga Natália Pasternak – fundadora e primeira presidente do Instituto Questão de Ciência e a primeira brasileira a integrar o Comitê para a Investigação Cética – é autora do referido artigo, bem como de outras matérias publicadas anteriormente na mesma linha cética contra a Homeopatia (1) (2).

Por fim, soubemos através do colega Hylton Sarcinelli Luz que desta vez a resposta veio através de nota emitida pela Câmara Técnica de Homeopatia do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro – CREMERJ cujo trecho destacamos abaixo:

“Motivados pela recente coluna da bióloga Dra. Natalia Pasternak, na qual são feitas afirmações que denotam o seu total desconhecimento da ciência médica em geral e da especialidade homeopatia em particular, sentimo-nos obrigados a nos manifestar. (…)

O que a bióloga quer é impedir o acesso ao tratamento com a Homeopatia que é uma das especialidades médicas no SUS, e que é um direito consagrado e universal da população brasileira, desmerecendo-a. Vamos continuar trabalhando em prol da saúde de todos. É um direito poderem contar também com a Homeopatia para seu tratamento.

Quanto à ação das ultradiluições homeopáticas, é fato que a ciência já evoluiu em forma direta, comprovado na veterinária, agricultura e pesquisas básicas, sem contar com os inúmeros artigos de resultados clínicos em revistas afins, além da utilização em larga escala industrial de remédios homeopáticos na agricultura e pecuária (para bovinos, aves e outros).

Logicamente, se fosse placebo, não agiria em vegetais e animais, muito menos em culturas de células em laboratórios, onde os trabalhos de pesquisa vêm se desenvolvendo de forma acelerada.”

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(1) Entrevista: Por que homeopatia é placebo – e não deve ser paga pelo SUS, Superinteressante, 2019

(2) Projeto põe fé nas armas da razão contra homeopatia e outras crenças, Instituto Igarapé, 2018

O clichê do ceticismo jornalístico contra a Homeopatia

03/05/2022

Chegou ao nosso conhecimento, através do amigo e colega Manoel Neto, recente matéria veiculada pelo Globo mais uma vez a respeito da suposta ineficácia da Homeopatia: “A Homeopatia é feita de nada!”o artigo recicla as velhas críticas já conhecidas a respeito do “absurdo” da ultradiluição e as manjadas explicações de que o efeito obtido no tratamento só pode dever-se, por exclusão, ao efeito placebo:

Apela-se a outras dimensões, energias quânticas ou espirituais para tentar escapar do fato que a homeopatia foi testada pela ciência e falhou (…) Para completar, temos o efeito placebo que geralmente acompanha um condicionamento: tomar uma pílula, receber uma injeção, ou mesmo receber carinho e atenção costuma surtir efeito nas pessoas, aliviando sintomas e reduzindo dor.

O artigo ecoa o que viemos a descrever como uma pauta organizada pela comunidade científico-jornalistica, no sentido de ignorar os inúmeros trabalhos de qualidade das últimas décadas, demonstrando com rigor científico a validade dos fenômenos apontados pela Homeopatiaação in vitro das ultradiluições, resultados farmacológicos relevantes dos tratamentos, sua ampla utilização em serviços públicos de saúdeem nome de repetir algo que só podemos denominar como um ignorante e irracional preconceito anti-cientifico contra a proposta homeopática.

Porém já dizia em entrevista em 2011, traduzida neste blog, o grande pesquisador inglês Peter Fisher (1950-2018):

A Homeopatia foi confinada num gueto. Existe um grande preconceito, preconceito e perseguição (…) e uma interpretação da atual situação é de que ela faz parte dos primeiros estágios da revolução científica, quando há uma reação à sua proposta. Mas uma das coisa que podemos fazer – você não pode fazer nada diretamente com os céticos – é arrumar nossa própria casa, não afirmar coisas que não possamos comprovar, tentar sermos científicos, (…) sermos um pouco mais sérios a respeito. Porque indubitavelmente a Homeopatia funciona. É uma terapêutica que sobreviveu, que funciona, e que faz afirmações extraordinárias – das quais devemos ter certeza.

Então, frente às críticas reiteradas e preconcebidas, devemos continuar a fazer ciência de alto nível e a produzir trabalhos clínicos e laboratoriais de qualidade e em quantidade, em todas as áreas em que o fenômeno homeopático se desdobra – física, química, farmacologia, agronomia, medicinas odontológica, veterinária e humana – e especialmente continuarmos os esforços na busca da elucidação do mecanismo de ação das ultradiluições, a origem primeira de todo o preconceito e a chave fundamental para sua eliminação.

Campanha global de apoio à Homeopatia

08/04/2022

Mensagem do Dr. Saurav Arora – membro executivo da Liga Medicorum Homoeopathica Internationalis (LMHI) e fundador da Iniciativa para Promoção de Pesquisa em Homeopatia (IPRH)no grupo público Homeopatia e Tecnologia das Altas Diluições exorta todos os homeopatas e simpatizantes que dêem suporte e compartilhem a Campanha Global de Apoio à Homeopatia:

Uma Campanha Global para Apoiar a Homeopatia! 

O que é a Campanha I Support Homeopathy?

I Support Homeopathy é um símbolo de entusiasmo e amor pela Homeopatia. Iniciada em 2018, é uma campanha global de conscientização para mostrar nossa unidade e apoio à Homeopatia. É uma voz para criar uma consciência sobre a Homeopatia.

Como posso apoiar?

Esta campanha não precisa de nada além do seu apoio!
Todos os anos no Dia Mundial da Homeopatia (ou seja, 10 de abril), é solicitado que,
Use a hashtag #isupporthomeopathy em suas contas de mídia social (Facebook/Twitter/Instagram etc.)

Marque suas postagens de blog, atividades online e seus amigos usando #isupporthomeopathy_

Exiba o “I Support Homeopathy Banner” como sua foto de perfil ou atualização de status. Você também pode exibir o banner em sua clínica/local de trabalho.
Baixe o banner em https://isupporthomeopathy.org/

Uma hashtag importa quando se torna nossa voz coletiva!
Afinal, é para Homeopatia!
Deixe o mundo conhecer nosso amor, paixão e respeito pela homeopatia

Quem pode postar isupporthomeopathy?

Todos! Incentive seus amigos, familiares, colegas e pacientes a apoiar esta campanha.

Como se manter atualizado?

Participe da campanha e compartilhe com seus amigos, familiares, colegas e pacientes também. Peça que postem/repostem #isupporthomeopathy no dia 10 de abril.

Para se manter atualizado, deixe o ID do e-mail na seção de comentários em https://isupporthomeopathy.org/

Compartilhe, divulgue e deixe a ideia crescer!

Junte-se a este movimento, seja uma voz e preste uma verdadeira homenagem a Hahnemann, o fundador da Homeopatia.

Espalhe a notícia para sua família/amigos/colegas e pacientes e peça que postem #isupporthomeopathy em 10 de abril.
Website: www.isupporthomeopathy.org
Instagram: https://instagram.com/isupporthomeopathy

UDIHOP contesta matéria na Bloomberg sobre ineficácia da Homeopatia

02/12/2021

Através de newsletter da IACH (International Academy of Classical Homeopathy), do eminente homeopata Prof. Dr. George Vithoulkas, soubemos da carta resposta da UDIHOP (Union for Diplomate Homeopathic Physicians) em associação com a AHA (Australian Homeopathic Association), criticando artigo de outubro de 2021 da outlet de notícias Bloomberg, que considera a Homeopatia como uma superstição ineficaz e pseudocientífica.

O artigo se baseia na metanálise publicada pelo Australian National Health and Medical Research Council em 2015, que considerou a Homeopatia ineficaztrabalho o qual já foi devidamente contestado como tendencioso e cientificamente mal conduzidoe principalmente na opinião da ex-homeopata alemã Natalie Grams, tornada cética após escrever seu livro, Homeopathy Reconsidered, em 2015, no qual conclui que “a Homeopatia não funciona mais que o placebo“.

Em resposta ao artigo, a UDIHOP lamenta a indisposição dos céticos em reconhecer inúmeros trabalhos científicos de qualidade que demostram eficácia clínica da terapêutica – quando devidamente desenhados respeitando suas características, as quais chama, em seu conjunto, de Homeopatia Clássicatrabalhos os quais são elencados em abundância na resposta, dentre eles destacando-se os estudos: Eficácia de medicamentos homeopáticos individualizados na fascite plantar: ensaio clínico duplo-cego, randomizado e controlado por placebo” e “O tratamento homeopático como uma terapia complementar pode melhorar a qualidade de vida e prolongar a sobrevivência em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas: um estudo multicêntrico prospectivo, randomizado, controlado por placebo, duplo-cego“.

A carta resposta conclui, realçando:

Um número significativo de estudos experimentais confiáveis e positivos sobre Homeopatia em níveis moleculares, celulares e clínicos foram publicados em revisão por pares médicos e científicos (tendo sido) rigorosamente pesquisados e produzidos por médicos e cientistas, e aprovados e publicados em revistas reconhecidas internacionalmente e altamente respeitadas. As pesquisas publicadas são baseadas em ensaios clínicos duplo-cegos, randomizados e controlados por placebo (e indicam que) a homeopatia funciona – especialmente quando é praticada e prescrita corretamente. Os efeitos dos medicamentos homeopáticos prescritos corretamente são visíveis e certamente não são placebo.

De Claraval para o Mundo

23/08/2020

Na Faculdade em que cursei Medicina, a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Campus Sorocaba, havia um lendário professor de Patologia Prof. Dr. Walter Edgard Maffei (1905-1991) – reputado por ser um grande crítico da medicina convencional e grande conhecedor dos mecanismos de homeostase e defesa do organismo que, em grande parte, justificam e embasam a terapêutica homeopática.

O problema era que, ainda que extremamente afável em pessoa, costumava exibir uma persona pública propositalmente irascível nas aulas e autópsias, aterrorizando desde nós, imberbes calouros, até os professores mais renomados.

Só havia à época uma pessoa – que fora estudante como nós e que em meados dos anos 80 já era formado – capaz de conversar com o Mestre e, principalmente, traduzir seus ensinamentos em linguagem acessível e compreensível para mentes ainda pouco versadas nos escaninhos da Patologia: José Antonio Bachur.

Ele em si mesmo outro Mestre, porém de outra índole, alguém como nós – jovem, próximo e bem-humorado, mas infinitamente inteligente, crítico e profundo.

Tornou-se um grande homeopata, o melhor que já conheci, incrivelmente capaz de capturar a essência de uma narrativa de sofrimento e pareá-la em perfeita similitude unicista ao tema de um medicamento ou de seguir a pista correta de um sintoma, do raro e peculiar ao simillimum.

Inquieto e iconoclasta, não satisfeito com os limites da arte da terapêutica homeopática, na segunda metade da vida reinventa-se como terapeuta e psicanalista dos grandes. Às angústias mais profundas de natureza médica, humana e vital sempre propunha uma postura de saudável perplexidade, eterna desconfiança e divertido questionamento.

De meu professor passou a ser meu médico, daí a ser colega de consultório e finalmente um grande amigo íntimo – durante quase três décadas estivemos próximos nos respectivos casamentos e criação dos filhos, discussões futebolísticas e homeopáticas, viagens filosóficas e literais, como aquela a sua Claraval natal.

Ele se foi muito cedo [1957-2020] e muito antes de que pudéssemos colocar em dia mais um tanto de prosa, aquela que mesmo após um tempo distantes sempre parecia retornar ao ponto em que havíamos deixado – da qual sinto imensas saudades e que, em algum momento futuro, com certeza ainda iremos retomar…

Análise detalhada de homeopata indiano confirma recomendação de medicamento do gênio epidêmico

02/05/2020

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Mais uma vez a amiga farmacêutica homeopata Dra. Amarilys T. Cesar fez a gentileza de nos enviar outro trabalho relevante, desta feita publicado pelo médico homeopata indiano Dr. Manish Agarwala, resumido e traduzido pelo Dr. J. Gilberto T. Almeida Filho, com minuciosa análise unicista indicando o mesmo medicamento do gênio epidêmico para o Covid-19 por nós recomendado em artigo anteriorArsenicum album. Segundo AgarwalaArsenicum album se mostra superior aos outros candidatos com base na comparação por Matéria Médica das características dos sintomas agudos e gerais do quadro da atual pandemia:
“Arsenicum album é um Similimum tão adequado para a
epidemia de COVID-19 que nenhum nosódio é necessário”
Nossa opinião coincide com a do colega na escolha do mesmo como o melhor medicamento preventivo para a atual pandemia, porém difere da posologia por ele recomendada (de apenas uma dose única, a nosso ver insuficiente frente a pressão epidêmica). Além disso mantemos a indicação do Oscillococcinum como complemento preventivo e consideramos que Bryonia alba (também recomendado pelo Dr. Manish Bhatia) em associação com China Officinalis e Echinacea purpurea, e Camphora (segundo recomendação do Dr. Rajan Sankaran) – conforme já anteriormente aqui postado – continuam a ter indicação relevante na manifestação virêmica do quadro, guardando grande semelhança às fases inicial e grave do mesmo respectivamente.
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